27.2.05
ii. uma das propriedades mais reservadas dos monstros é a sua cor. mesmo que sejam seres camaleónicos – fingidos na cor a que se emprestam –, mesmo que revoltem a paleta das cores com que simulam a respectiva identidade, os monstros, despidos de si, têm uma cor, mas cor que, sem investigação, não se sabe. não é motivo de estranheza, pois, que a cor dos demónios, uma das espécies maiores de monstros, seja um mistério. mistério que se ultrapassa e revela apenas pela aproximação, pela intimidade.
echo & the bunnymen, “my white devil”, in porcupine, 1983.
13.2.05
i. a amizade é uma relação recíproca. o que significa que os amigos são amigos dos seus amigos. neste sentido, não são apenas os monstros que são nossos amigos. também nós somos amigos dos monstros.
the rolling stones, “sympathy for the devil”, in beggar’s banquet, 1968.
ano i
2005/2022 - constantino corbain (alguém por © sérgio faria).