27.3.05
v. de entre todos os monstros, os que mais espantam são os anjos da guarda, porque são aqueles cuja identidade mais se confunde com a dos mortais. voam e agitam as asas. pousam sobre os ombros das pessoas. e, daí, como sentinelas inúteis, com patente, contemplam e guardam o que não há para guardar: a vida de quem vive.
mão morta, “anjos marotos”, in vénus em chamas, 1994.
20.3.05
iv. os anjos, todos, qualquer que seja a sua cor, são monstros, monstros íntimos, monstros das nossas vidas e das nossas orações.
cocorosie, “terrible angels”, in la maison de mon rêve, 2004.
6.3.05
iii. no mundo dos monstros, o mundo de todos os nossos dias, existem demónios brancos, mas não apenas demónios brancos. existem também anjos negros, anjos que pairam sobre os destroços e os contemplam como obra sua, anjos que caem e morrem, anjos aos quais foi dedicado um único requiem.
the velvet underground, “the black angel’s death song”, in the velvet underground & nico, 1967.
2005/2022 - constantino corbain (alguém por © sérgio faria).