18.3.07
lxi. a condição do tempo fere, o tempo mata. sob a sua vertigem há quem olhe para o corpo, testemunhe-o, e tente as suas veias como portal de evasão. é por essa manobra que, em muitas circunstâncias, damos guarida ao demónio, fazendo-o colónia do nosso corpo, porque, com ele, comungamos alma e carne, que são uma e uma só. e, com pose e transe, caímos e quedamo-nos soberanos.
tv on the radio, “let the devil in”, in return to cookie mountain, 4ad, 2006.
11.3.07
lx. quando cresce a noite, o tempo parece diluir-se e demorar a solidão dos insones e saídos à rua. ao mesmo tempo que os vizinhos dormem, um espectro preenche as sombras com negro navajo, marcando o regime severo dos acordados. os monstros não dormem, nunca dormem.
the mountain goats, “new monster avenue”, in get lonely, 4ad, 2006.
4.3.07
lix. na cidade existia um monstro e uma dúvida. entre os seus habitantes, quem era esse monstro?, se todos, por o poderem ser, o eram.
soul coughin, “monster man”, in el oso, warner brothers / wea records, 1998.
ano iii
2005/2022 - constantino corbain (alguém por © sérgio faria).