2.12.07
lxxxii. quantas histórias?, quantas?, são necessárias até tornar-se evidente que cada fantasma é inquilino de uma alma e não um espectro ambulante, sem domicílio. quantas histórias?, quantas?, são necessárias até confirmar-se que, pela demora, fantasma e alma fundem-se, gerando uma entidade única, um prodígio, esquivo - como todos os prodígios -, simultaneamente garantia e engano. quantas histórias?, quantas?, são necessárias até sermos capazes de nos reconhecer pelo flanco fantasmagórico - que vai da condição vaga à disposição oculta -, flanco a que não podemos renunciar sem renunciarmos a nós próprios, à carne e ao espírito que, por junto, somos graciosa e desgraçadamente.
neutral milk hotel, “ghost”, in in the aeroplane over the sea, merge records, 1998.
2005/2022 - constantino corbain (alguém por © sérgio faria).