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os monstros são nossos amigos

apontamentos para monstroário, por constantino corbain 

27.1.08


lxxxvi. existe-se em cerco, o que significa que alguém, qualquer quem, é e orienta-se pelos reflexos e pelos projectos que consegue com e contra o cerco em que existe. porém, sob a condição de tal existência, subsiste uma interrogação. em identidade, o que distingue alguém do demónio em que participa? não é a sua dúvida, não é a sua promessa, não é a sua carne. porque pelas dúvida, promessa e carne mesmas alguém é quem é e é também o demónio que é.

bonnie ‘prince’ billy, “am i demon”, in ask forgiveness, domino records, 2007.

referência

13.1.08


lxxxv. a vida, nomeadamente o seu sentido, resulta do combate permanente com os demónios, todos os demónios. dos que nos levam, aprendemos a orientação. dos que nos falham, conseguimos a duração. dos outros, se não somos o regresso, somos a sua confirmação.

the sugarcubes, “delicious demon”, in life’s too good, one little indian records, 1988.

referência

2005/2022 - constantino corbain (alguém por © sérgio faria).