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os monstros são nossos amigos

apontamentos para monstroário, por constantino corbain 

20.4.08


xciii. no princípio é e está a distância, o nome geométrico do que permite a solidão. há um corpo armado e arrumado a si, quieto, sem devolução ou reparação. na sua quietude é também a alienação, como vaga que apela à insânia e ao que é e está por ela. há também monstros à espreita, que não são a solidão. eles aproximam-se e, celebrando-se no tumulto que convocam, sobressaltam o corpo, agitam-o, despertam-o para a perturbação. acordado, o corpo cede e é preenchido por uma vontade gregária, o motim. é para aí que, jogado, o corpo se projecta, manifesto e sede do seu levantamento.

stars, “take me to the riot”, in our bedroom after the war, arts & crafts, 2007.

referência

6.4.08


xcii. o estado preferido dos monstros é a exaltação. é por isto que a adolescência é a idade em que, no corpo ou na rua, os monstros começam a manifestar-se, até constituírem-se definitivamente como o modo do distúrbio, consumado, se público, consumido, se íntimo. e assim crescem, agitados, para serem maiores e eternos.

sonic youth, “teen age riot”, in daydream nation, blast first, 1988.

referência

2005/2022 - constantino corbain (alguém por © sérgio faria).