19.10.08
cviii. tudo começa no sangue, a identidade e o império, as perdas e os ganhos. no entanto afirmar que tudo acaba no sangue é errar, porque nenhum monstro erra no sangue. aliás, não é por acaso que errância e monstruosidade não são sinónimos de contaminação ou de hemodiálise.
antsy pants, “vampire”, in antsy pants, plan-it-x records, 2006.
5.10.08
cvii. a carne medeia o sangue, o sangue institui a diferença. o que significa que, tanto pela derrota quanto pelo triunfo, alguém tem que sangrar para ser quem é. nesta circunstância qualquer transfusão é a transferência de uma condição definida, a de quem perdeu ou a de quem ganhou, a uma carne que pode ser o seu avesso, não necessariamente a uma carne que lhe corresponda. uma história banal com vampiros, portanto.
arctic monkeys, “perhaps vampires is a bit strong but...”, in whatever people say i am, that’s what i’m not, domino recording, 2006.
2005/2022 - constantino corbain (alguém por © sérgio faria).