30.11.08
cxi. com sangue para perder somos parcelas da eternidade. portanto, não é o sangue frio que nos pode valer. pois do mesmo modo que, se fôssemos desprovidos de coração, não existiriam vampiros - porque é o batimento cardíaco nosso que lhes fornece as coordenadas e a calda cálida de que se nutrem -, se não existissem vampiros, não seríamos o vaso sacrificial que somos e não existiriam os tormentos que merecemos.
alex & the horribles, “batman dracula”, in horribles!!, 2008.
16.11.08
cx. o coração releva enquanto bombardeiro, vigor que difunde desde a artéria aorta até às veias cavas, não enquanto osso exposto a fractura eventual. mais, o coração constitui o fundamento de um cálice inteiro, do qual são derramados o princípio e o fim nossos, cálice que, porque a ele aspiram avidamente, inspira os vampiros e a sua vantagem, dita vantagem nossa também e a condição da nossa perdição.
giraffes? giraffes!, “when the catholic girls go camping, the nicotine vampires rule supreme”, in more skin with milk-mouth, loves in heat records, 2007.
2.11.08
cix. o sangue é permanente e sem vésperas. daí que ontem não seja tempo em que os vampiros possam ser conjugados. o remorso único que os vampiros sentem é o do sangue atrasado, por não servir-lhe a dieta.
margot and the nuclear so and so’s, “vampires in blue dresses”, in the dust of retreat, artemis records, 2006.
2005/2022 - constantino corbain (alguém por © sérgio faria).