27.6.10
clvii. o caso é mais metafísico do que ontológico. explora-se - mais do que se ensaia - o jogo do alívio, um jogo tanto de necessidade quanto de especulação, em que alguém - nunca falta quem - roga ao diabo que circule a culpa. o diabo nada faz que corresponda ao solicitado, as empreitadas dele não são para facilitar a vida. o erro e o mal têm um sujeito, sujeito que compreende e é compreendido por uma sociedade de que o diabo é apenas assistente, e assistente derivado, não é associado. o que é que ele poderia fazer?
diane cluck, “lucifer”, in monarcana, very friendly records, 2006.
13.6.10
clvi. direcção, sentido. a gramática do diabo prescinde do coração, necessita apenas de operações simples, de superfície e tempo, mesmo que o tempo seja pouco. é através destas operações que o diabo decreta o fim. a sentença diabólica preferida institui que os princípios acabaram. não é possível começar outra vez, este é o modo como a soberania do diabo é pronunciada.
murder by death, “the devil drives”, in in bocca al lupo, tent show records, 2006.
2005/2022 - constantino corbain (alguém por © sérgio faria).