22.8.10
clxii. são tantas as perseguições, tantos os passos que passam para a invisibilidade do corpo que não há lugar onde esperar a confirmação da paixão, a perda própria, porque esse lugar é a carne de quem espera, justamente porque quem espera arrasta-se e projecta-se para aí. a manobra é ambígua?, é, é como o diabo. motivo mais do que suficiente para que ninguém renuncie à sua assinatura, ao seu sangue.
samuel úria, “o diabo”, in nem lhe tocava, florcaveira, 2009.
15.8.10
clxi. mais do que um anjo caído, o diabo é um anjo que ainda dança e faz dançar para a culpa.
danças ocultas, “o diabo tocador”, in tarab, numérica, 2009.
8.8.10
clx. se o diabo é o motivo de apelo, o apelo ó da guarda é vão, porque o diabo é um anjo que caiu e com a queda perdeu a função de guarda em favor da perdição, perdição que, como hipótese ou ensejo, inscreve-se no corpo. daí que do diabo não haja saída e para o corpo não exista contrição ou contradição.
wild beasts, “the devil’s crayon”, in limbo, panto, domino recording company, 2008.
2005/2022 - constantino corbain (alguém por © sérgio faria).