23.4.06
xxxix. não obstante o esperanto que vestem na sua identidade e nos seus modos, os monstros sofrem as consequências de babel, folheiam dicionários, traduzem o espanto, cotejam o medo, murmuram, falam, clamam e riem em todas as línguas.
andrew bird, “spanish for monsters”, in fingerlings 2, grimsey, 2004.
16.4.06
xxxviii. os monstros são criaturas de susto, não são para abraçar ou colher nos braços como se fossem um animal de estimação. mas há monstros, monstros pequenos, monstrinhos, que, em segredo, choram e rogam a alguém superior, à maior e mais divina das monstruosidades ou ao seu filho unigénito, que os livre da misericórdia alheia e da simpatia com que, porque falhados, são olhados pelos outros.
morrissey, “november spawned a monster”, in bona drag, reprise / wea, 1990.
2.4.06
xxxvii. há um mar onde os monstros comem o silêncio.
the beatles, “sea of monsters”, in yellow submarine, capitol, 1969.
2005/2022 - constantino corbain (alguém por © sérgio faria).